Na noite que antecedeu o lançamento da biografia Uma Vida por Escrito, a Orquestra Sinfônica da Paraíba (OSPB) realizou um concerto especial. A apresentação homenageou o professor Afonso Pereira — um dos fundadores da OSPB e grande incentivador da música erudita na Paraíba. O evento, intitulado Concerto Binacional Brasil–Argentina, celebrou os 215 anos da Revolução de Maio de 1810. Esse foi um marco da independência argentina. Além disso, o concerto prestou uma homenagem especial ao legado do professor Afonso Pereira.
Sob a regência do maestro Gustavo de Paco de Gea, foram apresentadas obras de Heitor Villa-Lobos. O repertório também incluiu composições de grandes nomes do tango argentino, como Astor Piazzolla. Entre as participações especiais estiveram a soprano paraibana Izadora França, a pianista Analía Goldberg e a bandoneonista Sofía Calvet. Elas emocionaram o público com interpretações marcantes e tecnicamente refinadas.
Logo no início, o concerto foi aberto com os hinos nacionais do Brasil e da Argentina. Em seguida, vieram peças emblemáticas que simbolizam a união cultural entre os dois países. Por fim, a presença do professor Francisco de Sales Gaudêncio reforçou o caráter afetivo da homenagem. Ele é o autor da nova biografia de Afonso Pereira. A participação também relembrou a atuação decisiva de Afonso na criação da OSPB, em 1945.
Segundo Sales Gaudêncio,
“Afonso deixou na Orquestra Sinfônica uma contribuição que, somada ao esforço de outros músicos e entusiastas, concretizou um sonho que se perpetua em forma de poesia sonora.”
Com entrada gratuita e casa cheia, o concerto reafirmou o papel da OSPB como símbolo da cultura paraibana, além de fortalecer os laços históricos e musicais entre o Brasil e a Argentina.
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Além de celebrar a amizade entre Brasil e Argentina, o Concerto Binacional reafirmou o papel essencial da Orquestra Sinfônica da Paraíba. A OSPB atua como guardiã da cultura e da memória musical do estado. Ao mesmo tempo, ao homenagear Afonso Pereira, a orquestra reconheceu um de seus maiores idealizadores. Ele foi um educador visionário que compreendeu, ainda no século XX, o poder transformador da arte e da educação.
Consequentemente, sua atuação na criação da orquestra, em 1945, tornou-se um marco histórico. Esse marco continua ecoando nas apresentações atuais, como uma sinfonia que atravessa gerações. Portanto, a homenagem ressoa como mais do que uma simples celebração. Ela representa um reencontro com as raízes da música paraibana e com o legado de Afonso Pereira. Esse legado construiu pontes entre conhecimento, cultura e sensibilidade.
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